terça-feira, 20 de julho de 2010

Série "reforma ortográfica"

Dica do dia:

'Coo', 'coas' e 'coa' perderam o acento

Entendendo a regra:

O verbo "coar", segundo a ortografia antiga, conjugava-se no presente do indicativo da seguinte maneira: eu côo, tu côas, ele côa, nós coamos, vós coais, eles coam. A acentuação das três pessoas do singular sofre alteração em decorrência da entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico.
A forma "côo" figura entre as paroxítonas terminadas em "-oo", agora todas sem acento; as formas "côas" e "côa", todavia, perdem o acento diferencial. Essas formas recebiam o circunflexo apenas para que se fizesse a distinção gráfica entre elas e as contrações (átonas) "coas" e "coa", respectivamente. Estas são formas contraídas da preposição "com" com os artigos femininos "as" e "a".
É bem verdade que essas contrações, embora ouvidas na linguagem cotidiana, não se escrevem no dia-a-dia. É na poesia que vamos encontrar esse tipo de grafia, sobretudo em textos nos quais a preocupação formal leva a uma indicação precisa da leitura pretendida pelo autor. Há situações em que o poeta deseja deixar clara a leitura do verso para que o seu ritmo (não raro ligado ao número de sílabas poéticas) seja preservado. Veja-se um exemplo de Castro Alves, extraído do poema "O Navio Negreiro": "Ó mar! Por que não apagas/ Coa esponja de tuas vagas/ De teu manto este borrão?...".
De fato, não parece problemático distinguir as situações de emprego de uma e de outra forma. Os acentos desaparecem, portanto.Uol
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