A área do conhecimento que se dedica ao estudo das abreviaturas em textos antigos é a braquigrafia, do grego braqui (reduzido) e graphein (escrever). As abreviaturas diferem das siglas, que designam as letras iniciais de uma ou mais palavras para evitar que ela seja escrita por extenso repetidas vezes. As abreviaturas, por sua vez, podem ser compreendidas como formas de escrita em que faltam algumas letras. Essa omissão de caracteres, sobretudo de vogais, serve principalmente para ganhar mais rapidez enquanto se escreve.
Durante os primeiros séculos da história do Brasil, o uso de abreviaturas nos documentos aqui escritos era constante. Entre os fatores que favoreciam a proliferação das abreviaturas nos documentos, havia a significativa distância entre Brasil e Portugal, com a consequente dificuldade de adquirir materiais para a escrita (tintas, papéis, plumas) e a ausência de um sistema ortográfico oficial para a língua portuguesa, além, é claro, da maior velocidade adquirida ao se abreviar palavras de textos produzidos à mão.
Algum tempo já passou desde que deixamos de ser colônia de Portugal. A comunicação se tornou mais eficiente e veloz, os meios de transporte e a globalização facilitaram o acesso a recursos materiais provenientes de qualquer parte do globo e, com o advento dos microcomputadores, se tornou possível produzir textos com uma velocidade muito maior do que faziam nossos antepassados coloniais. Entretanto, outras situações de produção escrita surgiram e novas necessidades fizeram com que a prática de abreviação continuasse em uso.
Esse tema vem provocando muitas discussões entre estudiosos da linguagem, pais e professores de português devido à preocupação de que o hábito, muito presente na vida dos jovens, afete outros contextos de produção escrita. Polêmicas à parte, podemos entender essa prática como uma forma que os internautas encontram de garantir uma comunicação mais rápida para poderem se comunicar com várias pessoas ao mesmo tempo.Conhecimento Prático