sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um fato ocorrido na mente me fez duvidar de sua inveracidade...


Tocam minha campainha às oito da manhã e saio na porta com a bolsa do lado , passando batom nos lábios e guardando o celular no bolso. Era a mãe de um aluno, acompanhada deste, questionando revoltada o motivo de não estarmos (eu e o filho dela) em sala de aula. Contestava essa tal de greve...

Respondi:

- Senhora, estou indo até a APLB e seria um prazer que você me acompanhasse até lá. Ao contrário do que os pais e grande parte da sociedade pensam, enquanto paralisamos as atividades rotineiras de aula, nós professores nos reunimos em busca de meios para a qualidade do ensino que seu filho recebe.

Ela se recusou a ir . Me disse que tinha mais o que fazer, que uma trouxa de roupas "pra fora" a esperava para ser lavada! Aproveitei para questionar:

-E se não houver água, sabão, amaciante ou a senhora não receber pela lavagem o que lhe foi proposto em acerto?Será que as roupas sairão bem lavadas? Não pensaria em deixá-las um pouco de lado até que se tenha um material adequado e receba o que é justo? As roupas ficarão sujas por mais um tempo, isso é certo, mas valeria à pena esperar as condições necessárias para que fiquem limpas de verdade, e não meio limpas!

A princípio a mulher não respondeu. Tampouco sei se entendeu a analogia como eu queria. Mas a fiz refletir de algum modo, isso eu vi. E poucos passos à frente ela exclamou:

-Ora,professora! Crianças não são roupas sujas!

E eu me despedi sorrindo e dizendo:

-Justamente, senhora!Crianças merecem ainda mais respeito! Tenha um bom dia!!!

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