Por Carla Cinara Luz
Na "era dos resultados", foi preciso buscar alternativas para mostrar qualidade do ensino brasileiro e para isso enfrentar as altas taxas de reprovação bem como o desajuste idade/série.
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira), criado para ser indicador do nível de qualidade, acaba por ser mascarado com a aprovação automática dos alunos, que são promovidos de uma série para outra mesmo que não tenham atingido os níveis de desempenho nem garantam as habilidades necessárias para tal.
Assim, a aprovação (que deveria ser consequência da aprendizagem) passa a ser ferramenta para mascarar a qualidade do ensino.
A curto prazo, os resultados parecem satisfatórios e o índice que combina taxa de aprovação com desempenho dos alunos dá um significativo salto, mostrando equivocadamente um avanço na qualidade do ensino, embora a educação esteja sofrendo grande impacto negativo por estar promovendo alunos inaptos às séries por conta de tal distorção.
Não há dúvida quanto à importância de Ideb como norteador, mas há outros caminhos para que os resultados reflitam um sucesso real ( embora sejam mais difíceis e demorados), pois da forma como se apresenta, o Ideb não tem mostrado a qualidade de ensino do país, mas a combinação de elementos não tão importantes quanto a aprendizagem sem restringir-se a sanar um problema único, passando a valorizar outros aspectos prioritários para concretização da qualidade na educação do nosso país.