terça-feira, 18 de agosto de 2009

Questão de gênero

Por Carla Cinara Luz


Uma nova sociedade exige reflexão acerca da questão de gênero nas instituições escolares e fora dela.Sabemos que o eixo cultural costumou determinar a figura masculina como núcleo das relações profissionais, familiares, comerciais, e intelectuais. Isso sofreu modificações por conta das novas exigências trazidas pelo desempenho da mulher em seu status adquirido, incluindo profundas reviravoltas em relação ao que aprendemos tradicionalmente na discriminatória educação recebida no âmbito familiar e reforçado na escola.Em conseqüência disso surge a necessidade de revisar a linguagem em suas diversas formulações (recebida nos diversos âmbitos:família, escola, igrejas, ambiente de trabalho e de lazer e fortemente nos meios de comunicação) as quais têm contribuído efetivamente para a perpetuação dos estereótipos sexuais dentro e fora da escola.Num país com maior número de mulheres que homens,a presença feminina tem alcançado destaque cada vez mais diferenciado, resultando na necessidade de traduzir para o vocabulário o que vem sendo vivido, vez que nos deparamos com uma sociedade que difunde a educação sexista "ensinando" um mundo formado por homens e por eles dirigido, dando à mulher o mero papel de coadjuvante no processo social.Pura contradição!Pensando assim, mudar a linguagem sexista requer a aceitação do desafio de rompimento com sistemas de educação e algumas práticas para que então seja cultivada uma nova consciência que gerará novas atitudes e formas de relações entre homens e mulheres. A própria mulher tem o papel de possibilitar essas mudanças, deixando de ser apenas um ser em busca do corpo sensual e perfeito com etiqueta de valores.A escola precisa e deve contribuir para a construção de uma maior igualdade entre meninos e meninas, entre homens e mulheres no conjunto social o que deve acontecer através da implantação de uma educação não-sexista que contribua para a superação de preconceitos bem como para a construção de pessoas comprometidas com a igualdade.O papel do professor é fundamental para que isto ocorra, mas infelizmente o profissional em educação muitas vezes desconhece o assunto e até reforça esses estereótipos em sala de aula.É necessária toda uma conscientização do educador para que este possa cumprir seu papel social.A reformulação das práticas educativas é o que permitirá que esta luta fundamental dê novos passos buscando a não limitação da capacidade e autonomia feminina; dando espaço para idéias e valores que não reforcem a falsa verdade de um mundo masculino superior ao feminino, estabelecendo condições iguais de oportunidades para ambos os sexos.Existe histórico de pessoas que ao longo do tempo se destacaram em lutas por este ideal mas isso ainda não pode ser considerado como tão relevante para o alcance do que realmente se necessita e almeja para a nossa sociedade.É muito importante que este caminho percorrido por outros possibilite a continuação da luta por uma educação(em seu sentido amplo) mais igualitária.



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