Cursando a especialização em Estudos Literários entre os anos 2006 e 2007, algumas disciplinas me convidaram a estudar um pouco mais sobre o papel da mulher não apenas na literatura, mas na sociedade,nos relacionamentos, na vida .Embora parte da sociedade considere desnecessário refletir sobre a mulher por acreditar já ser determinadas sua identidade e condição, desde seu lugar, comportamento e papel, pretendo esboçar algumas análises contrárias ao sexismo, visando promover igualdade entre os sexos.Enquanto mulher no mundo inquietei-me em buscar saber mais sobre a representação feminina no decorrer dos tempos,visando alcançar uma reflexão e análise da imagem da mulher no cenário atual com bases nas possíveis leituras em conceitos e fundamentações de autores que tratam das questões de gênero nas diversas épocas.Cabe apenas alguns comentários, breves análises e é óbvio que aqui não esgotar-se-á todo o assunto, ficando assim aberto a outras contribuições.Acho gozado observar a mulher como sedutora desde o início dos tempos.Eva era puro pecado original!Os próprios textos bíblicos apresentam a mulher como responsável pela origem do pecado no mundo e pela desgraça de todos!O lar e a família se mostraram domínios essencialmente femininos, e isso tem servido para perpetuar a desigualdade entre os gêneros ,por conta de sua resignação, obediência e passividade (características aprendidas como próprias da natureza feminina), rotulando-as como incapazes em alguns aspectos.Estas mulheres, até um determinado período da História, teriam que mostrar-se plenamente realizadas, pois eram criadas e educadas para casar , sendo descartadas as possibilidades de ambições externas ao lar.Logo vinham os filhos e com eles um reforço de suas funções: cuidar!Sendo vista a maternidade como serviço, a aceitação ativa da missão de mãe para muitas mulheres é fruto da dominação masculina, o que soma-se aos sofrimentos diversos suportados no sentido físico e moral.Quando surgiram as escolas de primeiras letras, as mulheres não eram oportunizadas a fazer parte (o que bem se entende hoje, pois a leitura abre os horizontes de possibilidades, o que não era desejo da sociedade masculina em referência às mulheres, assim como o Governo atualmente bem quer as pessoas cada vez mais "burras").Entretanto sabemos que no decorrer da história, as mulheres, através de muitas lutas e mobilizações, conseguiram conquistar um espaço maior na sociedade, mas ainda é bastante discutível o seu lugar .Infelizmente, por terem convivido em famílias tradicionais e sociedades conservadoras, essencialmente masculina, elas assumem essas funções na sociedade reproduzindo as práticas centralizadas ou ditatoriais do sexo masculino da mesma forma que os homens.Vejo nelas o mais nítido preconceito.Contudo uma evolução não requer esse tipo de postura e prática, precisamos agir na construção de uma sociedade em que a mulher seja respeitada igual ao homem, onde haja valorização e igualdade de direitos e deveres.Citando os relacionamentos amorosos, as mulheres (com várias exceções, graças a Deus!) ainda se mostram submissas e suas funções dentro desse convívio exigem dela resignação constante apenas por serem mulheres, vistas como criadas para relevar, suportar, cuidar, abrir mão de si pelo outro o tempo todo.Embora esteja se instituindo processualmente uma ruptura muito importante na história das mulheres, o modelo atual desta não coincide com o desaparecimento das desigualdades entre os sexos, especialmente em matéria de orientação escolar, de relação com a vida familiar de emprego, de remuneração.Como educadora, cuido em sempre estar atenta à educação sexista naturalmente imposta nas escolas assim como nos demais âmbitos: Futebol para meninos,lápis rosa para meninas , imponência aos garotos e meiguice às garotas.Durante muito tempo tem sido assim e os profissionais em Educação pouco se importam em possibilitar uma mudança social a partir da escola.
O assunto pode parecer bobagem, mas trata-se de tornar possível a existência de uma sociedade pautada no respeito à ascenção da mulher rumo a uma igualdade de direitos, e embora possa-se escutar de alguém que isso já é uma realidade, sabe-se que muito ainda falta para que o preconceito seja extinto.
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