terça-feira, 13 de setembro de 2011

UMA BELÍSSIMA AULA DE PORTUGUÊS: "A presidenta foi estudanta?"

"A presidenta foi estudanta?"



Foi elaborado para acabar de vez com toda e qualquer dúvida se tem presidente ou presidenta.
Será que está certo?
Acho interessante para acabar com a polêmica de "Presidente ou Presidenta"
Repassando, gostei da aula,
A presidenta foi estudanta?
Existe a palavra: PRESIDENTA?
Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?



Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná.
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionarem à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.
Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.
Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".


Um comentário:

  1. Carla,

    Consulte os principais gramáticos brasileiros. Eles registram a palavra “presidenta” como correta.

    Em seu Dicionário de Masculinos e Femininos, Aldo Canazio (1960) registra presidenta como feminino de presidente (ao lado de [a] presidente como substantivo de dois gêneros).

    Desde sua 1ª edição (1963), a Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara já registrava e abonava essa forma feminina:

    “Podemos distinguir, na manifestação do feminino, os seguintes processos [...] com a mudança ou acréscimo ao radical, suprimindo a vogal temática [...] Os [terminados] em –e uns há que ficam invariáveis, outros acrescentam –a depois de suprir a vogal temática: alfaiate à alfaiat(e) + a à alfaiata.

    Variam:

    alfaiate – alfaiata
    infante – infanta
    governante – governanta
    presidente – presidenta
    parente – parenta
    monge – monja
    (p. 84, grifo nosso)”

    Celso Pedro Luft, em seu Dicionário Gramatical da Língua Portuguesa (1966), ensina que “os substantivos terminados em e são geralmente uniformes (…); há, porém, alguns que trocam o e por a: elefante – elefanta; governante – governanta; infante – infanta;[...] ; parente – parenta; mais raros: [...] giganta; hóspeda; presidenta; alfaiata. Em ABC da Língua Culta, o autor reafirma: “[...] substantivo que se pode tomar como comum de dois gêneros (sexo) para ‘pessoa que preside’: o presidente, a presidente; mas também comporta feminização flexional: a presidenta”.

    Rocha Lima (2007), em sua Gramática Normativa da Língua Portuguesa, reconhece: “a força do uso já consagrou as formas flexionadas infanta, parenta e presidenta” (p. 73).

    Luiz Antonio Sacconi (2010), em Nossa Gramática Completa Sacconi, também registra “presidenta” como o feminino de presidente (p. 133).

    Cegalla (2008) diz o seguinte em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa: “É forma dicionarizada e correta, ao lado de presidente. A presidenta da Nicarágua fez um pronunciamento à Nação. / A presidente das Filipinas pediu o apoio o apoio do povo para o seu governo (p. 336).

    Finalmente, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (2009), que registra todas as palavras em uso oficial na língua portuguesa, legitima a palavra (p. 674).

    E ao contrário do que muitos pensam, não foi o Aurélio e nem o Houaiss que registraram isso recentemente: a palavra "presidenta" encontra-se dicionarizada em nossa língua DESDE 1881, por meio do Dicionário lusitano Aulete. O maior de todos os escritores brasileiros, Machado de Assis utilizou o vocábulo em "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (publicada pela primeira vez em 1881).

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