sexta-feira, 27 de março de 2009



Jailton lendo...

Quem sou eu?

É como se do ventre viesse a origem

E a origem viesse do vento!

Contado num livro do começo em branco

Impresso do meio para o fim

Que confunde a expressão da escrita

Que dita um passado sem direito ao começo

E uma história sem direito ao passado

Um fruto ao chão da árvore

Supostamente filho da sombra

Sustentado apenas da hipótese

Que aprendeu a nutrir-se da sobra

Das folhas secas que o vento deixou

Parece mesmo coisa do vento

Que enquanto esteve aqui

Soprou ao longe a ameaça

Manteve úmido o espaço

E pediu à arvore a proteção

Ao fruto que soube sozinho

Não apodrecer criado ao chão...

(Zé Carlos Benigno)